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O deputado federal Jean Wyllys deixa o mandato e o Brasil após ameaças |
E é isso: eu não quero me sacrificar", contou ele ao jornal. Wyllys é o primeiro e único parlamentar assumidamente gay no Congresso brasileiro e virou alvo de ódio e fake news diárias por parte da direita.
"De acordo com Wyllys, também pesaram em sua resolução de deixar o país as recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro", diz a reportagem.
"De acordo com Wyllys, também pesaram em sua resolução de deixar o país as recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro", diz a reportagem.
Ele disse não ter planos definidos ainda, mas que pretende se dedicar à carreira acadêmica ou até ir para Cuba.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", completou.
Solidariedade - Em texto assinado pelo líder Paulo Pimenta (PT-RS), a Bancada do PT na Câmara dos Deputados divulgou, nesta quinta-feira (24), nota de solidariedade ao deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), que renunciou ao terceiro mandato parlamentar e anunciou a saída do país, por conta de ameaças de morte que vem sofrendo.
Leia a nota na íntegra:
"Em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados, expresso a nossa total solidariedade ao deputado Jean Wyllys (PSol-RJ), diante do anúncio da sua renúncia ao mandato parlamentar, seguido da saída do país, por conta de graves ameaças que tem recebido.
Lamentamos e compreendemos a sua decisão. Vivemos num país governado por pessoas que possuem notórios vínculos com milícias, que são uma forma de crime organizado que - tal qual grupos mafiosos em outros países - tratam adversários com a eliminação física, como atesta a vereadora Marielle Franco, companheira de partido e de lutas de Jean Wyllys, assassinada em março de 2018.
Eleito como representante do povo do Rio de Janeiro para o terceiro mandato, desde os seus primeiros meses de atuação na Câmara Jean Wyllys já se tornou referência nacional e internacional em defesa dos direitos humanos e das lutas dos movimentos sociais, em particular das bandeiras em prol do respeito à população LGBTI.
Diante deste fato gravíssimo, exigimos do Judiciário e do Ministério Público Federal a adoção de todas as medidas necessárias para garantir a rápida e efetiva apuração a respeito das ameaças sofridas por Jean Wyllys. O Estado brasileiro tem a obrigação de garantir a proteção física do deputado, mas também de descobrir e punir os autores destas práticas criminosas, que expressam uma coação não apenas ao parlamentar do PSol, mas a todos os defensores e defensoras de direitos humanos, detentores de mandatos populares ou não.
Seguiremos nas lutas em defesa da democracia e dos direitos humanos do povo brasileiro." (Com 247)
Por Jornal do Dia
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